Somos todos tão iguais e nos vemos tão
diferentes! E quando nossos sentimentos se cruzam com o que lemos ficamos
surpresos... Não somos os únicos a sentir dor; não somos os únicos a sentir
medo, insegurança... não somos os únicos a temer o desconhecido, a sentir
decepção, a chorar de tristeza, a ficar na dúvida, a não saber que decisão
tomar e recear ter feito a escolha errada...
Sofremos mais porque nos vemos sós. Porque
temos dificuldade em imaginar que outras pessoas passem por caminhos parecidos
com os nossos. Porque nos fechamos no nosso quarto e em nós... nos sentimos tão
miúdos que dificilmente imaginamos que fora da nossa janela outros seres
sentem-se pequenininhos também, cada qual sozinho na sua dor e solidão.
A auto-piedade que nos devasta, assola
milhares de eus espalhados por aí. Vistos do alto, somos apenas pequenos
pontos, grãos de areia no mar da vida, tremendamente parecidos. E a chuva,
quando rega a terra, não escolhe cabeça; o sol ilumina tudo por igual e a lua
pode encantar qualquer um. Somos todos sim iguais na alma, na pequenez e na
grandeza; Eu choro também, me comovo, morro um pouquinho a cada dia e renasço
na minha fé.
Desanimo de vez em quando e ergo a cabeça
logo depois; espero impaciente o nascer do dia e faço planos pro dia seguinte.
Me faço mil perguntas para as quais não encontro respostas. Somos assim, tão
iguais eu e você e tantos outros!... A prova disso é que você se identifica com
o que digo. Se a emoção que aperta meu peito, aperta o peito de quem me lê, é
porque somos feitos do mesmo barro.
E se posso ver e crer na vitória e
ultrapassar meus limites é porque todo mundo, cada um pode. Podemos conjugar
todos os verbos em todos os tempos! É verdade que o sol não nasce e não se põe
pra nós no mesmo momento, mas isso não muda em nada a verdade de que somos
assim maravilhosos e importantes grãozinhos de areia aos olhos de Deus.
Letícia Thompson
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