sexta-feira, 18 de maio de 2012

Imagine

“Fizeram-nos acreditar que amor mesmo, amor a sério, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não nos contaram que o amor não é accionado, nem chega com hora marcada. Fizeram-nos acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.
Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém na nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta. Nós crescemos através de nós mesmos. Se estivermos em boa companhia é só mais agradável. Fizeram-nos acreditar numa fórmula chamada “dois em um”: duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram-nos acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto.
Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram-nos acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos.
Não nos contaram que estas fórmulas não dão certo, frustram as pessoas, são alienantes.
Ah, também não nos contaram que ninguém nos vai dizer isto. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando estiveres muito apaixonado por ti mesmo, vais poder ser muito feliz e apaixonares-te por alguém.

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