Aposto que você nunca se apaixonou platonicamente pelo
mendigo maluco do seu bairro (daqueles que você mal vê a unha do pé de tão
suja). Os amores platônicos tem sempre um alvo predileto: a pessoa fodona que
você cruzou algumas vezes na vida e ficou babando que nem fã do Luan Santana.
Conheço muita gente que vive se lamentando sobre não
conseguir fazer a outra se apaixonar por ela. Ficam alimentando um amor
platônico por muito tempo e se relacionamento com uma pessoa fantasma em sua
imaginação. Normalmente elas miram aquela pessoa extremamente desejada por
todos e que parece a mais bonita, interessante, inteligente, estável
financeiramente e bem articulada no jeito de agir com os outros. Depois fica
dias, semanas e meses numa masturbação emocional sem fim, vasculhando o
Facebook, procurando o nome no Google, perguntando dele para qualquer contato
direto ou indireto que o conheça. E pior ainda: tem gente louca que gosta de
sentir isso preferencialmente por pessoas comprometidas ou artistas
inacessíveis, tipo Grazzi Massafera . Daquele tipo que fica se imaginando no lugar
do Kauã Raymond ou simplesmente odiando ele. É pedir para sofrer alimentar
esperanças com alguém que não está na sua. Prato cheio para quem tem receio de
encarar um relacionamento de verdade, olho no olho.
Agora pense com calma. Repare que não pensou na
mendiga amiga e sim no mulher fodona por pura vaidade e desejo de ser lançado ao
patamar dela. Esse é o começo mais perigoso para uma relação – você já espera
de mais e oferece de menos. Até se um milagre acontecesse você não ia segurar
as pontas, pois sua base é frágil e a decepção seria certa, para os dois lados.
Então, se você quer sair dessa armadilha emocional tem duas alternativas:
Primeira, abaixe a bola e seja sensato. Quando nos
apaixonamos por alguém sempre é por aquilo que ela acrescenta em nossa vida e
os sonhos que ela pode realizar. Isso é tipicamente egocêntrico, portanto seria
mais generoso você se perguntar: “o que eu tenho a oferecer para essa pessoa
que eu acho tão maravilhosa?”.
Se o fodão X desse bola para você, qual o impacto que
teria no mundo dele?
Você ia segurar a barra ou ia infernizar a vida do
cara ou da mina por se sentir inferior na relação?
Você tem elementos pessoais que ficariam
confortavelmente compatíveis com as expectativas altas que vê nele (a)?
Qual experiência de vida tem a compartilhar que seja
realmente interessante dentro no mundo dele (a)?
Se você não sabe responder com convicção nenhuma
dessas perguntas é um mau sinal. Sua vida precisa de cuidados. Talvez seria
interessante olhar para o lado e ver aquele cara ou mina que está mais compatível ao
seu mundo e com quem realmente possa trocar em pé de igualdade já que caiu na
real que não é nenhuma perfeição.
Mas se isso parece pouco para você resta a segunda
alternativa. Tenha uma vida significativa a tal ponto que o surgimento de um
amor ao seu lado seja consequência natural de estar se movimentando pelo mundo.
Se quer viver uma experiência espetacular não adianta esperar sentada em frente
ao computador lambendo o avatar do Facebook dele (a).
O que faz uma pessoa se apaixonar por você é mais
simples do que imagina. O amor começa e é realimentado na admiração. O que você
faz de admirável aos seus olhos e que causa bem estar à sua volta? Se nem você
gosta de olhar para sua vida e seu cotidiano, por que acha que outra pessoa
seria obrigada a gostar? O fato de você se apaixonar por alguém é o único
motivo pelo qual essa pessoa deveria retribuir o seu sentimento?
É preciso parar um pouco de olhar para fora e voltar
seu olhar para dentro. Invista em você, amplie seus horizontes. Isso vai custar
algum tempo, esforço, dedicação, dinheiro, mas no resultado final, será uma
pessoa mais realizada. A melhor maneira de incitar o amor de alguém por você é
se tornar uma pessoa realmente INSPIRADORA – só assim poderá viver o prazer de
um amor real, em vez de um de faz de conta. Afinal, Cartola mesmo já dizia:
olhar, gostar, só de longe, não faz ninguém chegar perto.
Frederico M
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